Quem somos...
Este blog tem a pretensão de resgatar histórias de um grupo de amigos, que na década de 70 foram muito unidos em torno de uma agremiação chamada "Clube Atlético Patropí", um time que nasceu no bairro "Menino Deus", mais precisamente na rua "Barão do Gravataí".
Que a experiência seja boa...

31 de janeiro de 2009

Pré Barão/Getulio

Aprendi a jogar futebol no campinho, assim chamado carinhosamente pelos Baronenses da zona sul sei lá.Lá fiz gols de tudo que é jeito. Joguei até no gol. Tive uma fase que queria ser goleiro. Tinha uniforme completode goleiro. E olha que atacava bolas difíceis. Treinavamos muito, diariamente na frente do meu edificio no 478, minha tia Orfília ficava louca e minha tia Inês também. Eram todas tias. Algum parentesco tinha. Era tudo Pinheiro. Aliás o nome do edificio era Pinheiro.Quem construi o 478 da Barão foi meu bisavô Virgilio Pinheiro. Naquele edificio me sentia muito bem pois tinha parente pra todo lado. Mas a bateção de bola na frente do edificio era forte. E nós éramos incansáveis. Pobres tias. Quando íamos para o campinho a coisa aliviava. Jogava com o pessoal da Pesqueiro, Pistana (Pipa), Pedrinho, Flávio, Nogueira, Gordo, Bira, Nico, Tadeco e CIA. Na Barão o Hortencio, Paulo Romeu, Cláudio, Careca, Paulo Saldanha e vinha gente da Múcio também.E a maioria que era o pessoal da Vila do Campinho. O pessoal bem pobrinho. Nós vivíamos ajudando essa gente com roupas e tudo mais. Mas o Campinho era miséria pura. Tivemos até uma empregada que morava lá. Fazia nossa comida e cuidava da gente. Todas as tardes tinha a batida de banana feita pela Nádia. Ela tinha um monte de filhos e um marido mecanico bebado que batia muito nela. Volta e meia ela tava toda inchada no rosto. Um dia a mãe disse pra ela revidar. E não é que ela quase matou o marido com uma garrafada na cabeça. Eu já tava cheio daquilo. E aos poucos migrei pro norte, pra Getulio.Lá parecia que ia encontrar gente mais civilizada.Mas tive que tomar um banho de civilização pois cheguei pobrinho como todo neguinho malandro da Barão. Assim aos 13/14 anos nasceu o Mello adolescente. Os pobres se divertem mais pois desconhecem o conforto. O conforto é uma ilusão dos ignorantes.

Festa do Piérre

Ninguém falou ainda do Pierre aquele filho da mãe cretino. Depois de ter perdido a Loiva pela décima vez estava eu curtindo uma fossa na Getúlio. Aliás a Loiva merece um capitulo a parte. Claro só posso falar por mim. Com certeza a menina na época era um pitel de formosura e tinha muitos admiradores. Tava cheio de gavião na área. E isso fazia as coisas esquentarem no meio da gurizada.Eu mesmo me estranhei com alguns competidores. Bem, o Pierre bandido me viu naquele estado funestro cruzando a Barão com a Getulio, perto da casa dele.Conversamos um pouco no murinho perto da esquina. Eu estava bebado, pra lá de baguidá. Aí o cara disse: - Tenho uma solução prá ti. Vem comigo! Eu não tinha muita opção lá fui. Pela Getulio atravessamos a Ipiranga e entramos na Marcilio a esquerda. Daqui a pouco o Pierre:- É aqui. Entramos. Chegando lá não demoro muito para minha surpresa um choque, nunca tinha visto aquilo. Achei que íamos encontrar gatas gostosas peladas. E pra minha surpresa e espanto a festa era de veado. Naquela época ninguem dizia gay. Era veado. Dois caras no sofá se beijando. Olhei pro Pierre e o porre se foi num instantinho. Não sabia onde me meter. E o Pierre sério. Parecia que ele levava a sério aquilo. Os caras eram faixa dele. O cara queria que eu bebesse mais. Mas de jeito nenhum. Fui saindo de fininho. O Pierre tava explicando pro veado que a minha era outra. E o veado até pediu desculpas. Nunca mais falei com o Pierre tal a minha indignação. Foi um choque na hora mas foi muito hilário também. Depois contei prá alguns, ninguém acreditou. Pois é esse Pierre não sei não!

Eu tive um sonho...

Cara, estou a uma hora ouvindo Emerson Lake and Palmer.E sempre a mesma musica, Lucky Man.Eu tive um sonho...Amigos do Patropi se tivesse dinheiro bastante acho que entraria no ramo do entreterimento e reinauguraria o Patropi Clube.Primeira coisa uma sede.Lá na Barão. Com piscina e cancha polivalente um bar e uma pista de dança.Agora andei fazendo curso de dança. Bolero, Salsa, Gafieira e Forró é comigo mesmo.Tô virado num pé de valsa.Mas voltando ao Clube.Trataria de conseguir atletas novos ali mesmo na Barão.Os baixinhos, a turma dos 17 anos todos seriam convidados.E claro os veteranos que somos nós.Voltariamos a jogar . Sérgio, Francisco, Dino, Neco, Bolacha, Tio, João, todo mundo da Barão anos 70 e 80. Teríamos bailes reúnas , como nos velhos tempos. Com SCLAS e tudo. Sérgio nas luzinhas, Mello DJ e Neco relações públicas. As mina íam adorar lembrar e curtir o som da Barão. E ía ter até hora de música ao vivo com Bolachinha, Natinha, Mello e Sérgio. Participaríamos de novos concursos de música. Futebol, Som, e Reúnas. E muita gozação e azaração. Que viajem né!

10 de janeiro de 2009

O Bolachinha

O Leandro, só podia ser irmão do Bolacha. Muito parecido, na animosidade, com o seu irmão mais velho, mas com um jeitão diferente...de gozar é claro. Baita deitado. Muito observador, tinha sempre uma bala pronta pra disparar...e acertava no alvo! Era outro que não tinha ruim pra ele. Acompanhava, a uma certa distância os acontecimentos musicais da rua. De tanto ver o pessoal tocar violão resolveu apostar no negócio. Aí, aprendeu a tocar violão! Formou banda e tudo o mais. Gravou CD e virou artista. Bem que tentou jogar na praça. Mas grande parte das vezes era reserva, entrava no segundo tempo ou quando alguém se machucava... Pessoas boas saíram dali do véio Cardoso!

O Bolacha

O César, Júlio César...bah quase ninguém chamava assim...jogou pouco lá na praça. Admiro e continuo admirando o cara pela conversa, pela verbalização e facilidade com que envolvia todos nos vários causos que apresenta. Sempre pronto pra uma boa e saudável gozação, continua sendo extremamente difícil para-lo depois que dispara sua fluência verbal...e deixa ele contar! Quem foi no último encontro pode testemunhar. Lembro que algumas vezes ficamos sem ver as horas passarem até amanhecer, embalado pela conversa do cara! Pois esse cara me ensinou muito de como ver as coisas positivamente. Não tinha ruim pra ele. Nunca vi o cara em baixo astral! Isso ele não conhece! Sempre pronto pra um consolo, pra elevar a energia de qualquer um que se chegasse. Às vezes tomava as dores dos menos afortunados e ia em defesa. Grande amigo! Na bola... bom, isso não era muito com ele!

O Dino

Esse aí foi meu vizinho desde que nasceu! Morava no andar de baixo da minha casa...ou eu morei muitos anos no andar de cima da casa dele, não sei qual a ordem. Muito quieto no começo, o que mais gostava era de jogo de botão. Participava de todos os campeonatos. Se destacou mesmo foi no meio campo lá na praça. O cara era baixo, mas muito ligeiro. Na época não existia o Maradona...mas ele já, em menor escala. Dono de um toque rápido, organizava o time em que jogava. Iniciou, obviamente no time dos baixinhos, mas logo migrou. Era disputado na escolha dos times. Depois que começou a torcer pela TV, aprendeu coisas estranhas, como por exemplo, voar sobre a bola quando mal alguém se aproximasse. Aí virou artista. Não precisava encostar e lá ele decolava pra mais um vôo! Mas era um demônio com a bola nos pés! Às vezes as faltas se justificavam, mesmo.