Quem somos...
Este blog tem a pretensão de resgatar histórias de um grupo de amigos, que na década de 70 foram muito unidos em torno de uma agremiação chamada "Clube Atlético Patropí", um time que nasceu no bairro "Menino Deus", mais precisamente na rua "Barão do Gravataí".
Que a experiência seja boa...

15 de fevereiro de 2010

Carnaval na Barão/J.Alfredo

Empurra empurra federal era isso mesmo. Lembro que na João Alfredo os "Pedro/ Paulo"(PM's) colocavam cordas grossas de nylon azul em toda extensão da João Alfredo e os moradores da rua deixavam pequenos bancos de madeira para marcar seu lugar para quando chegasse a hora do desfile que as vezes começava tarde e muitas vezes chovia e estragava tudo. As fantasias dos passistas ficavam deploráveis.E os carros alegóricos destroçados. Haviam também desfile de tribos indígenas e isso era muito bacana pois os caras dançavam como índios em pé de guerra (meu brinquedo preferido de criança "Forte Apache").E tinha muita índia pelada também. Bem, lá na Barão com uns nove/dez anos eu conheci uma figura que marcou muito nos carnavais. Algúem lembra da Marilda prima do Hortêncio. Pois a Marilda, magricela, de pé no chão, no carnaval se vestia de bailarina . Véio era amarrado naqueles cabelos claros e olhos verdes. Apaixonei direto e vivia atrás dela no carnaval da João Alfredo só de longe naquela curtição platônica que sempre foi caracterísitica minha .Cara eu lembro que se aventurar no empurra empurra tinha que ser corajoso.Muitas vezes atravessei pelos cantos da João Alfredo investido de muita coragem pois tinha gente de todos os tipos. Foliões, sacanas, bêbados, tarados, PM's, maloqueiros, trapaceiros, de tudo. Mas mesmo assim era divertido! E o carnaval deixava sempre uma nuvem branca de saudade. Terminava o verão e vinham as aulas. E tudo voltava ao ponto de partida...

Carnaval na Barão

Pois quando não estava junto, eu era acordado pelo, que é hoje, areal da baronesa. Vinha aquele monte de gente batendo tudo quanto é tipo de tambor. E tinha um piston. Esse é que marcava o solo da marcha a ser cantada. Às vezes passavam pela 4 da manhã. E lá ia todo o mundo pra janela ou pra rua mesmo. Tinha até a paradinha e umas batidas tipo do Olodum (copiaram da gente). O percurso era volta na quadra e algumas outras quadras pelo bairro. Mas foi bem antes que conheci um dos primeiros que vi por aí na rua e depois seguiria o resto da vida ao redor: o Neco. Fantasiado de soldado romano, com direito a espada e capa. Corria pra um lado e pra outro. E eu vendo aquilo tudo: pô esse é galo mesmo. Devia ter uns 4 anos ele. Outro que vi de fantasia nessa ápoca era o Marco Dargélio. De mandarim. Olho pintado (é antes do kiss mesmo - nos copiaram em tudo) e tudo o mais. Eu lembro sim... Depois vieram os bailes de salão, ali na casa da Iolanda. O famoso Salão. Todo o mundo ia ali de tarde, pois tinha carnaval e, de quebra, comer amora na árvore que tinha ao lado da escadaria da entrada. Bem mais tarde era o carnaval na João Alfredo. Arquibancadas em frentes às casas nos dois lados da rua. Não tinha espaço pra nada. Era um empurra-empurra federal! Mas aí alguém mais pode no ajudar...